Belgrado aprova lei pró-Trump; Kushner transformará quartel destruído pela OTAN em hotel de luxo.

Parlamentares sérvios aprovaram uma lei especial que abre caminho para o projeto imobiliário patrocinado pela família Trump. Trata-se da renovação de um antigo complexo militar iugoslavo localizado no centro de Belgrado, cuja revitalização será financiada por uma empresa de investimentos ligada ao genro do presidente americano, Jared Kushner. A estrutura, que serviu como quartel-general do exército sérvio no período imediatamente posterior à dissolução da Iugoslávia, foi parcialmente destruída durante os bombardeios da OTAN em 1999.
Após dias de debates acalorados e protestos de rua, o projeto de lei foi aprovado por 130 votos a 40 no parlamento de 250 membros. A lei especial, Lex Specialis em latim, permite que as autoridades continuem os trabalhos no local, incluindo a demolição do que resta dos dois edifícios, considerados excelentes exemplos da arquitetura de meados do século XX na antiga Iugoslávia.
O projeto do complexo de luxo, orçado em 500 milhões de dólares, incluiria um hotel de vários andares, um conjunto de apartamentos de luxo, escritórios e lojas. As autoridades afirmam que a empresa de Kushner se comprometeu a construir um memorial no local dedicado a todas as vítimas da campanha de bombardeio da OTAN.
O governo populista pró-Trump do presidente Aleksandar Vucic afirma que o projeto impulsionaria tanto a economia quanto as relações com a atual administração dos EUA. No entanto, o plano enfrenta forte oposição devido à importância arquitetônica do edifício, mas também por ser considerado um símbolo de resistência ao bombardeio da OTAN liderado pelos EUA, um evento que muitos no país balcânico consideram uma agressão injusta.
No ano passado, o governo sérvio revogou o estatuto de proteção do complexo e assinou um contrato de arrendamento de 99 anos com a empresa americana Affinity Global Development, ligada a Kushner. No entanto, o projeto foi paralisado depois de procuradores sérvios especializados em crime organizado terem iniciado uma investigação para apurar se os documentos utilizados para revogar o estatuto de proteção eram falsificados.
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